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Posts Tagged ‘The Yes Men’

Sou leitora e fã do site Agência Carta Maior, da Revista Carta Capital (tenho coleção, pode?), entre outras fontes de informação, e graças, são muitas. Gosto também das críticas do André Lux (jornalista e crítico-spam), na Carta Maior, Arte & Cultura e do seu blog Tudo em Cima. Creio que ele age como melhor lhe convém e muitas vezes tenho uma boa diversão e conhecimento.

Li por lá:

Ego Inflado, outra vez… Mais críticas publicadas

“Críticas minhas aos filmes “O Que Você Faria?” e “Diários de Motocicleta” foram publicadas no site NovaE (A Corporatocracia em Ação) e na Agência Carta Maior (Humanizando o Mito), respectivamente.
Para quem não sabe, não recebo nada por esse trabalho, faço-o voluntariamente, por pura ideologia e prazer.
Imagina só um daqueles neoliberais de direita cheio de goma no cabelo, terninho e gravata lendo isso. No mínimo vai ter um colapso nervoso: “Como assim, faz por ideologia? Não ganha nada para trabalhar?? Isso não é possí….ARRRRRRRRGHH!”.”

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Imagina se eles convivessem mais comigo (o que não fazemos questão). Trabalho tem um conceito sagrado, para mim. Assim como respeito o ócio. Ócio é ócio e não aceito o ócio criativo, perdoe-me. Minha cabeça não pára, o tempo todo crio, tenho idéias e teorias, hum… Não uso o termo trabalho para essa idiotice que está por aí. O horror… Como disse, quem mandou começar cedo e entender o mercado antes do tempo (?).

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Sou fã de Mike Bonnano e Andy Bichlbaum, que em 1999, depois de satirizarem malevolamente a OMC no endereço www.gatt.org, foram surpreendidos por convites para conferências e debates sobre o comércio mundial, da parte de redes de tevê e instituições internacionais que não haviam percebido a impostura. Não perderam a oportunidade. Como porta-vozes da OMC, foram a uma conferência sobre comércio internacional, munidos de títulos de doutor, maletas pretas, ternos caros, apresentações em PowerPoint (vixi) e duas inquebrantáveis caras-de-pau.

Eles explicaram as vantagens da escravidão, ou melhor, do “modelo de trabalho baseado em mão-de-obra involuntariamente importada”. Propuseram a aplicação das leis do mercado à democracia por meio de um sistema internacional de compra e venda de votos alegadamente estudado nos EUA, que permitiria a grandes corporações arrematarem o resultado de eleições nacionais. Terminaram por demonstrar, a representantes da indústria têxtil, um traje dourado, dotado de monitor e pênis inflável, com o qual o executivo monitoraria relatórios sobre o Terceiro Mundo em suas horas de lazer e castigaria empregados com choques elétricos do “pênis” de 90 centímetros. A audiência aceitou tudo sem pestanejar e os organizadores elogiaram calorosamente a intervenção.

Apresentações semelhantes foram gravadas em vários países. Jornalistas econômicos, altos funcionários, executivos e economistas caíram como patinhos. Só uma vez houve resistência: em uma faculdade australiana, (graças…, digo eu) estudantes se levantaram em protesto ante a proposta do ReBurger, um hambúrguer para países pobres feito a partir de excrementos de consumidores de países ricos, reciclados até dez vezes. O resultado foi o documentário The Yes Men, lançado em 2003.

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Não parou por aí. Durante a campanha eleitoral dos EUA, apresentaram-se como cabos eleitorais de Bush, pedindo aos eleitores que subscrevessem petições em prol do aquecimento global e documentos nos quais, supostamente, abriam mão de seus direitos civis.

Em novembro de 2004, os embusteiros, por fim, foram apanhados com a boca na botija. No 20º aniversário da tragédia de Bhopal, apresentaram-se na BBC como porta-vozes da Dow, admitiram a responsabilidade da empresa e prometeram uma indenização de US$ 12 bilhões. Duas horas depois, a emissora pediu desculpas aos telespectadores: a empresa desmentira tudo. Era nobre e sensato demais para parecer verdade.

(Partes retiradas de: Uma Pegadinha para Economistas
Como a tropa de choque da globalização neoliberal caiu em uma
armadilha montada por dois gozadores – Carta Capital
Por Antonio Luiz M. C. Costa)

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Além de todo o conteúdo, também li em seu blog:
O Que Você Faria?
A Corporatocracia em Ação

“Quem já possui uma visão crítica acerca da atuação das transnacionais e do auto-destrutivo modelo neoliberal certamente vai se deleitar com a abordagem ácida e demolidora dessa obra.

– por André Lux, jornalista e crítico-spam

CartaCapital, a única revista semanal imprensa que ainda pratica jornalismo sério no Brasil, publicou na edição 452 uma reportagem sobre os absurdos que as empresas cometem contra candidatos a uma nova vaga de trabalho, muitas vezes submetendo-os a situações, no mínimo, humilhantes.

Depois de ler essa reportagem e tomar consciência desse fato, o filme “O Que Você Faria?” não parece assim tão absurdo. Embora algumas situações retratadas na obra sejam realmente exageradas (como o sexo no banheiro e as agressões físicas) e os personagens beirem o estereótipo, não existe ali compromisso com a realidade, mas sim com a construção de uma metáfora à loucura que tomou conta hoje do meio empresarial, especialmente das grandes corporações, onde a busca pelo lucro a qualquer preço e a exploração da mão de obra virou obsessão, com raríssimas e nobres exceções.

A verdade é que vivemos hoje numa ditadura do mercado, que alguns chamam ironicamente de “corporatocracia”, na qual a ordem mundial é dominada por meia dúzia de mega-empresas transnacionais que pairam acima de governos e estados democráticos, restando à grande maioria dos cidadãos alugarem suas forças de trabalho a elas em troca da sobrevivência diária. Acima de tudo isso, grupos de acionistas sem rosto e dirigentes absolutamente subservientes a eles dominam com mão de ferro esse sistema que, nas palavras do lingüista e ativista político Noam Chomsky, é o mais totalitário que existe – já que as ordens vêm de cima sem qualquer discussão, sobrando aos que estão abaixo a única opção de segui-las à risca sem questionamento.” Mais no blog…

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Não iria asssitir ao filme em questão. Mas aplaudo e muito o trabalho.

Sou meio seletiva, o que não tem relação alguma com o filme, e já vi (e li) muitas coisas. Que se repetem por aí. Os tais produtos culturais. Mas tenho muito a ler, aprender e ver. Que bom!

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